segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A vida num sopro - José Rodrigues dos Santos


A minha 2ª leitura de José Rodrigues dos Santos. Um livro diferente das aventuras do professor Noronha.
Este livro conta-nos a história amorosa de Luís e Amélia, que se apaixonam ainda adolescentes e que devido às várias circunstâncias da vida, separam-se, reencontrando-se vários anos depois da sua separação. É um romance que decorre no início do Estado Novo, onde é perceptível as condicionantes à liberdade individual, característica bastante intrínseca de qualquer ditadura. Amélia é vitima de um pensamento bastante característico da história portuguesa, o arranjo de casamentos de forma a proporcionar um futuro mais promissor do que aquele que estava destinado. Nos dias de hoje ainda é possível encontrar um ou outro exemplo desta situação, mais no interior do País do que propriamente nas zonas mais industrializadas.
A vida num sopro é um romance que se lê "num sopro", apesar das suas inúmeras páginas. É um livro que não foge ao registo leve e acessível do escritor, uma escrita que consegue cativar massas mas que não é capaz de despertar um interesse literário aos mais cépticos. É perfeitamente visível o facto do escritor ter a faculdade de escrever inúmeras páginas por dia, e assim, publicar os seus livros com pouca diferença de tempo de um para o outro. Tira espectacularidade às suas obras, tira genialidade, tira potencial literário, mas é compreensível, os seus livros são fenómenos de vendas em Portugal, se tivesse as características que anteriormente anunciei, jamais seria um best-seller português. É de um enquadramento político importante, que ajuda a caracterizar a sociedade da época, dá a conhecer aspectos que os mais jovens desconhecem. Eu gostei de o ler porque ainda não tenho um estilo literário definido, vou lendo de tudo um pouco, para que possa criar esse estilo. Até lá, todo o livro é bem-vindo, seja ele um fenómeno de vendas, seja ele um simples livro de uma única edição.
É minha intenção ler mais uns livros do José Rodrigues dos Santos, a sua escrita leve ajuda a desanuviar o pensamento.

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