quinta-feira, 2 de janeiro de 2014


Excitante. Mais uma aventura de Lisbeth Salander e Michael Blomkvist, agora com principal enfoque na Lisbeth Salander e toda a sua história de vida. Um livro que retrata uma vingança, que ocorre inesperadamente, sem ser previamente planeada, mas que, mesmo assim, é analisada sobre o prisma de: reacção / efeito. Algo característico na Lisbeth Salander, que não tem qualquer acção sem ponderar os riscos, os prós e contras, por isso, dificilmente é apanhada em falso, excepto quando utiliza um pouco de sentimentalismo nas suas acções, aí perde alguma racionalidade e não consegue prever uma reacção negativa.

História com muitas mais personagens, muito mais densa e misteriosa, não o achei tão excitante quanto o primeiro livro da série Millennium, mas consegue ter momentos de verdadeiro drama e de tragédia. Gosto e admiro o facto, do escritor baixar um pouco o nível de acção, para depois, num momento inesperado, aumentar o nível emotivo e de excitação, faz de forma brilhante e segura. Prende o leitor por imensas páginas, depois, de um momento para outro, despega-se do leitor e quando se pensa que será mais um livro como tantos livros, enfadonho, sonolento, eis que volta a imergir o leitor para o êxtase da sua história e volta a prender às imensas páginas de todo o enredo. Isto é muito bom, não é fácil ter esta percepção, Stieg Larsson tem-na e a utiliza-a muitíssimo bem.

Um bom resumo do livro, sem comprometer a sua leitura, é a frase da Lisbeth Salander: "Ninguém é inocente, apenas há diferentes graus de responsabilidade". Todas as personagens, que entram no drama, têm direito a descrições físicas e psicológicas, para melhor introduzir o leitor no livro, umas mais profundas, outras mais superficiais, dependendo do grau de envolvimento na própria história. Os locais, os sítios, continuam a contar com breves e sucintas descrições, todo o ambiente criado é feito de forma a que haja uma grande empatia entre o leitor e o livro. Nada é escrito por mero acaso, tudo tem um fim e assim compreendemos quando chegamos ao fim do livro. Com uma sensação de algum vazio porque sabemos à partida que Michael Blomkvist e Lisbeth Salander deixar-nos-á muito em breve e, foram, duas personagens que acabamos por nos apegar, com muita naturalidade.

Que venha, de seguida, o último livro da colecção Millennium.

Sem comentários:

Enviar um comentário