segunda-feira, 9 de dezembro de 2013


Um espião, uma estratégia robusta, um plano determinado, um objectivo a longo prazo. É isto que se passa no livro de John le Carré. Espionagem do pós 2ª guerra mundial, por um ex-agente britânico, que passou para livro muito sobre a espionagem que se fez, com estratégias que, hoje, ajudam na realização de séries sobre o tema. Quem acompanha a série norte-americana Homeland, notará  muitas semelhanças com este livro.

Foi o primeiro registo literário sobre espionagem que li e voltarei, em breve, a mais uns livros do John le Carré. Um livro que se lê de uma assentada, uma escrita bastante corrida, mas que não deixa de lado nenhum aspecto. O final é um pouco esperado, mas há detalhes que poucos estariam à espera, o que faz do livro uma surpresa no fim. Foi demasiado curto, um livro que podia ter o dobro das páginas, que o interesse e o entusiasmo seriam o mesmo, prende o leitor ao livro, levando-o a imaginar muitas das cenas que descreve, tal é o cuidado que utiliza a escrever. Está presente algumas descrições do Comunismo, ideologia política em forte crescimento na altura, sendo em certa parte, a base do livro. Dado que o cenário da acção está localizada na Europa Central - Inglaterra, Holanda e Alemanha de leste (antiga RDA), as citações ao Comunismo acabam por ser naturais e previsíveis, mas que em nada estragam o enredo literário.

Algumas crónicas literárias apontam como sendo dos melhores livros de espionagem, tanto do John le Carré, como de outros, não é uma afirmação que possa corroborar dado que apenas li este livro, mas certamente voltarei a esta expressão para a confirmar ou negar.

Esperava um final diferente, deixa um pouco a desejar, dado que o livro vinha a prometer um final épico, na minha opinião o escritor termina o livro demasiado cedo, tinha matéria para continuar a explorar e tornar este um livro épico. Não decidiu assim e acabo por aceitar o fim que escreveu, faz sentido e enquadra-se na narrativa, mas podia e devia ter sido mais enigmático. Ficou a sensação de inacabado no ar.

Para quem ainda não leu, aconselho que o façam, vão ficar vidrados neste registo. É muito bom. É viciante.

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