sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Assassino Inglês - Daniel Silva

Um livro de espionagem, o primeiro que li do género. Apesar de não ser o meu género literário favorito, este livro foi uma agradável surpresa.

Daniel Silva é um escritor luso-descendente, filho de pais açorianos, de livros sobre espionagem, considerado por inúmeros críticos como estando ao nível de outros conceituados escritores da espionagem, tal como La Carré.

Quanto à narrativa, toca num ponto sensível que é o saque de arte que ouve durante a Segunda Guerra Mundial, e as consequências que isso acarretou. Gabriel Allon, espião e recuperador de arte, é contratado para recuperar um quadro de Rafael, em Zurique. Todavia, quando chega a Zurique, vai deparar-se com o assassinato da pessoa que o mandou contratar. É a partir deste momento que toda a história se vai desenrolar, onde atinge o seu auge, no encontro entre Gabiel Allon e o "Assassino Inglês". É uma narrativa cheia de suspanse, o escritor consegue cativar bem o leitor, em relação ao fim da história, o autor poderia ter terminado de forma mais célebre, pois todo o desenrolar da história prometia um final mais interessante e apoteose.

Este é um livro pertencente a um estilo que marcou a década passada e continua a marcar este início de década, um estilo populista, com histórias com enredos cheios de acção e aventura, porém, pouco condimentados em conteúdos que abordem questões pertinentes nas mais várias áreas. É um livro, é um autor, que dá lucro às editoras, e no fim, este é o grande objectivo das mesmas. No entanto, gostei de o ler e sugiro aqueles que não se dedicam a grandes leituras, é um livro que vos vai levar a querer chegar ao fim, o que é óptimo. Uma mensagem a reter deste livro: a persistência, o treino e o querer, são características intrínsecas a um vencedor.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Um sonho do tio - Fiódor Dostoiévski




O lado cómico de Dostoiévski está presente nesta obra, onde Maria Alieksándrovna de forma a assegurar o futuro da sua filha Zina, vai fazer de tudo para que possa casa-la com um príncipe, Príncipe K, esquematizando uma estratégia, que deixarei em aberto se foi bem ou mal sucedida. Mais uma vez, está presente a crítica social, onde está presente a coscuvilhice e a intriga social.


Dostoiévski depositou nas suas personagens, o excêntrico, o humilde, o fracassado e o de carácter forte. Esta diversidade de características das personagens, não retiram a autonomia das mesmas, característica intrínseca à literatura de Dostoiévski.


Esta obra, não tem o peso psicológico das restantes obras de Dostoiévski, porém, a crítica e e o lado oculto e sombrio do homem (característica da filosofia do século XIX) estão presentes. Gostaria de ver esta obra encenada numa pequena peça, tem todos os ingredientes para se tornar num sucesso teatral.


Uma obra de leitura fácil, bastante rápida e compreensível mas longe da genialidade das obras que tive oportunidade de ler e apresentá-las nos post's anteriores.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O Duplo - Fiódor Dostoiévski

Dostoiévski estava em tenra idade quando escreveu esta obra, tinha 24 anos. Foi publicado posteriormente à publicação do seu primeiro romance, Gente Pobre.

Nesta obra, surgem críticas explícitas à sociedade da altura. O Senhor Goliadkin, personagem principal, vê os seus direitos como cidadão serem obstruídos por uma sociedade onde há uma grande apetência para a prática fraudulenta. A certa altura surge na história uma personagem homónima ao Senhor Goliadkin, que para distinguir da principal passa a ser Goliadkin Júnior, onde tem embutido em si todas as características do personagem principal. Vítima de doenças mentais, o Senhor Goliadkin cria esta pessoa e estabelece com ela uma relação promíscua, chegando a considerá-la seu inimigo, pois, está ocupar o seu lugar na sociedade. É espantoso como estas duas personagens, a principal e a homónima interagem com todas as outras personagens, levando a que certo ponto não consigamos distinguir qual a verdadeira e qual é a que é fruto da imaginação do Senhor Goliadkin.
Mais uma vez, imensa informação é-nos trazida pelos diálogos do subconsciente da personagem principal, prática usual nas obras de Fiódor Dostoiévski.
Quanto à tradução, está bem conseguida e o texto bem estruturado. Apesar de ser uma obra de uma dimensão média, a sua leitura torna-se ligeiramente desgastante pois obriga a uma leitura bastante atenta e minuciosa, para que se entenda a narrativa.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Crime e Castigo - Fiódor Dostoiévski

Fiódor Dostoiévski tem nesta obra todo o seu explendor como escritor. Está aqui presente toda a sua genialidade, a sua forma ímpar de criticar a sociedade. Novamente a subconsciência das personagens, principalmente da principal, é extremamente revelador do estado psicológico das mesmas.
Ródion, a personagem principal, era um antigo estudante, abandonou os estudos por ser demasiado pobre, estudava direito. Passou uma vida marcada pela miséria, pelas constantes alucinações, são pelas suas descrições que ficamos a conhecer com certa brevidade de como era a sociedade russa do século XIX, um lado da sociedade que ficou marcado pela pobreza, a forma como sobriviveram muitas das populações da época. O termo Castigo, presente no título do livro, na minha opinião, adequa-se mais a Sónia (bondade e amor pelos outros, do que por si), do que propriamente à pessoa que cometeu o crime, se é que cometeu crime.. Todas as personagens secundárias da obra, possuem características psicológicas distintas, a razoabilidade, a pobreza, a maldade, são aspectos intrínsecos a algumas destas personagens. Esta obra é um macro psicológico, é impressionante como a mente humana tem a capacidade de auto punir, rejeitado quase por completo a justiça. Esta obra, e quase toda a de Dostoiévski, foi analisada por grandes filósofos contemporâneos, estando mesmo na base de algumas teorias.

Recomendo-vos esta obra, caso não seja simplesmente porque todos devemos ler uma só obra deste escritor russo, a sua genialidade assim o merece.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Jogador - Fiódor Dostoiévski


Eis a minha primeira incursão pelo mundo literário russo, e que grande incursão é esta!

Este é um dos grandes escritores russos de todos os tempos, a forma como desenvolve as suas personagens, as críticas ímpares que faz à sociedade, marcam-no como um grande ícone da literatura tanto russa como mundial. Foi e é fonte de inspiração e influência para imensos escritores.

Quanto a esta obra em si, fala-nos da história dos jovens, Aleksei Ivánovitch e Polina Aleksandrovna. A história passa-se, quase toda ela, em Roletenburgo na Alemanha, onde Ivánovitch apaixona-se pela roleta, angariando grandes quantias monetárias, bem como perdendo algumas dessas quantias. Este livro é marcado pela crítica aos jogos, onde a desgraça e a sorte cruzam-se com bastante frequência, bem como às pessoas passam-se por aquilo que não.

No fim do livro, fica a questão no pensamento de Ivánovitch "O que pode acontecer quando a paixão pela roleta se cruza com a paixão pela mulher amada?"

Um aspecto que é de salientar na literatura de Dostoiévski são que a maioria das críticas feitas, surgem pela subconsciência da personagem principal, e não meramente pelos diálogos.

Recomendo bastante este escritor, porém, convêm já ter algum gosto pela leitura, pois não são obras fáceis de interpretar.

O jogo do Anjo - Carlos Ruiz Záfon



Para quem leu, como eu, primeiro A Sombra do Vento e, posteriormente, O Jogo do Anjo, vai ficar ligeiramente decepcionado!


Apesar de ser uma história, de certo modo, bem conseguida, está longe da expontaniedade que foi o livro que falei anteriormente.


Quanto ao livro em si, fala novamente de livros.. Tudo se passa novamente na obscura cidade de Barcelona, nos anos 20 do século passado, onde há a história de um grande amor, a história de um livro acabado mas nunca publicado, um enrendo cheio de aventura, suspanse e que algumas situações leva o leitor a colocar em dúvida todo um encadeamento de situações, pois a realidade cruza-se com o surreal que a personangem principal vai vivendo. Mais uma vez retrata a paixão livros (volta a tocar no Cemitério dos livros), cujo tema já tinha sido focado na obra anterior. Apesar de o escritor ter dito que esta não é uma obra de continuidade do seu best-seller, A Sombra do Vento, há imensas afinidades entre ambos, que na minha opinião, há uma certa continuidade na acção.


Apesar de ter gostado deste livro, volto a sugerir que comecem exactamente por este e só depois A Sombra do Vento, para que não saiam com as expectativas defraudadas!


A próxima obra será Marina, cuja publicação em português já está disponível.

A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Záfon



Que agradável surpresa foi este escritor espanhol, Carlos Ruiz Zafón! Uma escrita acessível, simples mas formidável, que preconiza uma leitura rápida, onde os acontecimentos estão bem encadeados. Sabe conduzir o leitor pelo enredo.


Este livro, A Sombra do Vento, fala de jovem Daniel Sempere que vai investigar a vida de um escritor Julian Carax, cujas as obras foram consideradas "malditas" e então, todas eliminadas excepto uma, A Sombra do Vento, a qual Daniel vai guardar com toda a sua dedicação, apesar dos perigos que isso acarreta. Em certo ponto, a personagem principal começa a descobrir sinais que o ligam promiscuamente com o escritor Julian Carax. A certa altura entra em "cena" uma personagem que vai auxiliar Daniel Sempere, que vai empregar nesta história algumas situações de comédia.


É um livro cuja acção desenrola-se pela cidade de Barcelona, do século XX, nas suas ruas mais obscuras, carregado de suspense, intriga e que nos deixa agarrados à história, despertando o desejo de estar constantemente a ler. É daqueles livros que se lê em dois dias, com uma tradução de qualidade.


Uma pequena observação: Quem quiser iniciar a leitura da obra deste escritor, que comece pela obra O Jogo do Anjo, para que as espectactivas não fiquem um pouco defraudadas.

Livro - José Luís Peixoto


Foi a minha primeira incursão pela literatura de José Luís Peixoto, e fiquei logo surpreendido com a sua escrita. Uma escrita bastante acessível, própria, uma forma suave da escrita de José Saramago. Este será certamente um grande escritor do século XXI, pelo menos, para lá caminha.

Quanto ao livro, retrata uma época que marcou bastante Portugal, que foi a emigração dos anos 60 e 70, neste caso para França, e o que passaram muitos dos Portugueses que quiseram se aventurar. O livro está devidido em duas partes, uma primeira parte em que se dá a partida para a França e uma segunda parte, que relata o regresso à pátria. Este registo tem bastantes aspectos auto-biográficos, tais como o nome da aldeia de José Luís Peixoto viveu, a Galveias. Sugiro a leitura deste livro, principalmente para quem desconhece a obra de José Luís Peixoto, que foi o meu caso. A minha próxima aventura na obra de José Luís Peixoto, será o Cemitério de Pianos.

Primeiro de muitos

Olá! Este blog surge da ideia de partilhar convosco uma das minhas paixões, os livros! Decidi começar a publicar cáos livros que vou lendo, bem como a minha opinião sobre os mesmos. Quero também com o blog, manter activa a minha leitura e, quem sabe, despertar este interesse em outras pessoas! :)